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Foto do escritorGavita

Neônia - Letra P


Palavras de fulgor


Em carne, sangue e alma de tempestade. O soprano do mistério. Décimo quinto arcano violinista. Sopra-me dodecassílabos e pentateucos apócrifos. Como deslizar de carrossel criado para o jardim das bênçãos (quânticas). Persisti inabalável no centro. Forca de Odin. Corte de malabarista. Sabedoria de cortesã. Para que todos os centros circulassem através da pedra de fundação. Marco osmótico. Este caminho é avassalador. Tudo se abala. Tudo atrai e tudo consome. Tudo deste mistério me abala, atrai e consome. Tudo Dele me reconstrói. Equilíbrio e êxtase.


 

Papel leophardo


[armadura: uma chave neobarroca sobre o peitoral combatente. em luto de prata pela

Batalha fosforescente dos celeiros escassos. como face de górgone. imortalizada. a justiça feita, a cornucópia emoldurada]


 

Para a mão que colore meu berço


Extraia da noite pura a tintura metálica que cobrirá com perfeição o grisalho enfraquecido da redação, este corpo decepado pela ventania dos discursos inaptos, que tingem os dedos com seus sismos de súplicas. Descore com amônia de amon-rá, em mímica de monastério, estes verbetes que impedem a fixação da tintura metálica da noite pura. Para que as linhas sejam prateadas — fios do cabelo de Diana, a dama diabólica — galopando o licorne constelado. Mesmo invisível, a tintura da noite pura estará lá, se correta a descoloração. Os dedos dissolverão, os deuses serão sacrificados, o sol tombará em agonia monocromática. Mas o que é um apocalipse furta-cor frente ao espectro luminoso que antecede um universo em construção? Depois virá Neônia, a ultravioleta maníaca, fazendo berrar com seus holofotes potentes, embora minúsculos, a escrita poética (absurdamente sonora) das falanges em prosa noturna, cambiante como o coração de oráculo das galáxias.


 

Paraíso pacífico


esta ilha promissora no centro de tua encenação mais árdua invoca embarcações salgadas que aportam saturadas de corpos santos de sátiros loucos de sereias abrasadas que exalam o nome celeste soprado por dentro das águas por vales e dunas fantásticas da crença oculta armada do começo ao fim do teatro das vagas do início da placenta ao fundo da alma se me respiras se me calas tua voz bendita no silêncio da sala me dita império de frutos ausência de mágoas me cita me despe de adagas te grito te busco na crina da mais ínfima passeata se falas se recitas se me abraças o cerne do teu beijo me retalha te choro no riso da mágica meu porto perpétuo minha fábula minha limpa e mais divina lágrima e vivo cio e vivo místico e vivo óvulo de sol em zênite em ocaso em eclipse em correria alucinada esta estirpe esta esfinge esta cilada de ser plateia no teu pulso corrente no teu sêmen ritualístico na tua máscara na tua boca de cântaros de pássaros azuis fatídicos teu olho de sonhos incontidos profetizando meu destino de andarilho etéreo na fuga de tua sombra andaluz meu selo meu zelo meu mistério


 

Pássaro terrível


Francisca Júlia recita “A ave-maria vai cantando tristemente”. Eugénio de Andradre diz ter “o coração mordido pelas vespas”. O gato faz acrobacias carentes para as estações de Vivaldi. O pássaro terrível engole-me domingos e dromedários. Digerido, junto à noite, o passaporte para o descanso dos dias sétimos, dos dias secos, dos dias que fibrilam a corda no pescoço herege dos biorritmos fenomenais. Seja minha neblina escura estrelada, dito à ave da mortalha. Afirma-se, piando anunciações, darsinai de drones e drusas negras pelo orvalho de sua úmida aparição. A acústica vitromaníaca bebe do céu o leite dos escorpiões. Sem chuva automaticamente audível, embora hidrate com agudos sortilégios de siringe todos os estratos viventes. Som percebido quando se aceita a beberagem energética dos miasmas daqueles que se foram naqueles que virão. Nem plasma ou partícula, apenas contido em rede elétrica de cordões nervosos adaptados para o sensorial poético das cronologias ilusionistas. O fluido polivalente de seu canto cardíaco vai narcotizando sóis eunucos e luares lêmures, criando ruídos fantasmagóricos no baque do martelo pelo lago coclear. Compreendo pela música condenada o sismógrafo dos calendários. O pássaro terrível devolve-me sábados e serpentários.


 

Pata


Visita Interiora Terrae Rectificando Invenies Occultum Lapidem Veram Medicinam.


Não. Pata de corvo, de cabra, de guepardo, de paramécio.

Não rompe os círculos sagrados que pisoteou quando as unhas retraídas se fincaram na página da terra. No círculo central, aprisionada está. Anel de aliança, redoma antígena. Selada no envelope das próprias entranhas. O ventre estufado, a mama extirpada. Amazona não-nascida, nômade soterrada. O sangue na mimese das corredeiras esvai-se por águas ansiolíticas. Letras gotejantes, versos assombrados de maré. Todo corpo anticiclone sugado. Óvulo encistado, folículos de frágil folhetim.

Como regressar ao útero sem nunca ter saído dele? Rompendo os círculos sagrados com os quais se isolou. Risca o eclipse, levanta a coluna, suspende as quatro patas para o tapete dos astros. Rompe o inferno, aspira ao limbo. Asperge o lodo na cara da abóboda, no cio asséptico do deus. Sem música, sem ritmo. As patas serão estalactites na intenção de uma caverna compactada pelos séculos de migrações ancestrais.

Que importa aonde quer chegar? Registre, sem pena plácida.

Pata de paramécio, de guepardo, de cabra, de corvo.

Sim.


 

Patris


Pai, meu pai carbono. Ensina-me a trilha diamantina. Com menos arestas. Com mais pontes. Brilha tão simétrica tua face. E mesmo rude. Cortante. Percorro-te as vias. Entendendo-as. Nos conflitos, nos confrontos, nas garras. Defesas que navalham docilidades. Mas quero agora. Ter-te na cinética da suavidade. Um poema. Uma palavra costeira. Nas metamorfoses dos ciclones. Espreito teus olhos neste imenso espelho enviesado. E te invoco os químicos candeeiros. Luzeiros de farol em morro castigado. Perfeitos equilíbrios na noite sem lua. Ando pelos dias. Voltei para o mar. e vi medos cansados. Migrando como pássaros de gelo. Caminhos brilhantes. Caminhos brilhantes. Albedos de Apolo. Mas ensina-me novamente. Os caminhos que me invocam. Um versículo. Uma missa verdadeira. Nos altares menestréis. Fiéis escudeiros. Da sombra de si. Espadachins de pan. Bebendo ao pranto da escura sentença.


 

Pavio-de-bruxa


Pavio-de-bruxa, a alma fasciculada caminha pelas florestas que o sono protege, deixando sua lanugem prateada debaixo do travesseiro. Suspende a ossatura lírica no atropismo do vento para encontrar o veículo da lua, contorcionista das clareiras. Vernaliza-se sabática no círculo da irmandade noturna. Fisga-se em autopolinização. Quando retorna já é manhã de estrela única, mandala incendiando túnicas. Uma gosma de resina conífera pingando pelo ventre anuncia a noturna estadia. Os dias tentam cicatrizar o ponto fisgado e um séquito de fauna e flora canta pelo miasma hospedeiro. O corpo cambaleia em âmbar, verbasco-aprendiz na indução floral.


 

Pavoa rústica em revolta decadente


Contamina-se de ruas, tropeçando em flamingos fortuitos no féretro da avenida urbanizada. O canto dos automóveis fere o tímpano ensaiado para as ambrosias. Na têmpera tropical, a epilepsia sonora encontra intactas as equimoses da frente fria, sempre pairando como um cataclismo de chumbo pelas vitrines sulistas. Onde se mistura, onde se escorrega, onde se alastra. Com a sublimação das gotas, evapora seu rosto de ruga e rastro, labareda sanguessuga de água ardente na mecânica dos reflexos.

A que vim, por quem marcho? — o inquérito marsupial, com olhos órfãos revirados ao céu de um roxo rigoroso. Por que me costura, percepção escandalosa, às etiquetas comerciais, vestindo-me com parafernálias têxteis junto ao corpo deformado da massa gélida pelas vidraças? Atada a estas pinturas abstratas, sinto-me no antro volátil das deidades iradas, como se filha, mãe e avó. É do torvelinho de minha incompreensão madrasta esta nitidez com que me tridimensionalizo, selada aos consumíveis artefatos?

Onde a pele pura, a seda exposta ao intercâmbio dos vapores sadios, a pena irisada no cangote das planícies abertas? Onde a forma que me fortalece ser único na paisagem, primata nua no colo dos astros, pérola no pergaminho?

Não há — responde o misticismo pavoroso de pavônia — está nacarada aos vultos, destinada ao chicote elétrico da ventania no couro perecível das mortalhas. Posto que o chacra de ciclope se multiplica nas simbioses, na ligadura das onomatopeias.

E um coro de formigas reina dentro da meditação arrogante dos flamboiãs:

— Bípede, é do vitriolum que retornarás, intacta. Despe-te e adormece no edredom dos subterrâneos. Assim foi e será, plúmbea pluma.


 

Plutônica


Plutônica, contemplo os músculos do sol. Tão distante de minha gázea túnica tumular. Perfumo-me com as estelares distâncias. Transformo-me, ungida pelas atmosferas principescas, reles mortal sacrária. O gelo de minha morada abraça moléculas do heliotrópico. Declamo-me filha silenciosa, neta adorada. Arrasto minha genética de labaredas ao palco onde nunca conseguirei arder, junto aos eclipses ancorados na febre da neblina mimética, rente ao cardíaco tablado de anonimatos. Gélida como a esfera que assombra o corpo geométrico do vitruviano, sem virtudes de vísceras. Com a veracidade de uma bandeirola lançada aos céus, esperançosa por olhos alienígenas que digam: estamos aqui.


 

Poesia para bruxas órfãs


Meu livro das sombras, todos os livros. Meu oceano monocromático. Os livros enchem o refrigerador. O guardião das linhas efervesce sua sombra líquida pelas almofadas.

Em minha crueza, mastigo os fantoches que dormem nas forminhas para gelo. São de vários formatos, gatos, rinocerontes, cabides vazios, hexágonos. Seus olhos lendo minha laringe lacrada.

Seu sal escuro pelo apartamento, seus braços infantis, agitando a parafernália marinha com moinhos de abracadabra.

A sombra efervesce. Como uma vitamina em mutação.

Invoco raios, primeiro os pequenos, a esquizofrenia de tesla, o curador de pássaros obcecados. Depois os maiores, de alturas extintas, os que caem cheios de deuses empalhados pelo pó dos homens.

Em minha jaula inventada, fabrico uma densa população prensada contra as cortinas, a coleção de vagalumes. Ainda sorrindo para mim. Tão elétrica quanto o vapor de uma pavorosa respiração.

Não há médico-monstro que supere os impropérios luminosos que lanço para ti, carbonífera existência.

O tinteiro está lotado com o sangue azul-petróleo de meus pais.


 

Poética dos aguaceiros


A chuva, poética dos aguaceiros. Será abençoado dormir, aquecida pelo frio úmido do mundo, percebendo no batuque das gotas sobre concretos e vidraças infinitas, percebendo a força sobre-humana dos elementos sobre os humores insaciáveis?

Quantos casebres não se partem em lascas de desventuras nesta benção que já foi mar? Quantos navios partidos, canoas sem o pão dos pesqueiros, canaletas rompidas, sereias desacreditadas?

Poderei dormir, abençoando a benção da água por vidas inusitadas e mortes tão frágeis que nenhuma historiografia tornaria poesia?

Sim, posso dormir o sono dos desajustados. E o céu que me deságua é o dessas águas todas que ingiro, vomito, acaricio e navego.

Há sempre um marinheiro caolho com estigma de naufrágio na frondosa percepção da hidratação. E não há remorso em bendizer cada pingo tenebroso que cospe nascimento exuberante junto a fetos minúsculos, abortados do que cresceria em maremoto entre espécies que me acompanham nesta caminhada de calamidades.

Lacustres, todos nós, como embriões de futuros acidentes atmosféricos, boiando na vértebra liquefeita de um ideal paradisíaco, bizarro e fantasmagórico.

Ectoplasma, diz agora a chuva suave de sonatas estradivárias. Desce sobre minhas pantomimas, chuva. Lava minhas mãos, luva de caravela cnidária. Purifica a miséria de minha estirpe mediana.

Nos ditados de fora há a supremacia de uma arca de escolhidos, sabendo, nós, desde o nascimento, em drinque amniótico, sabendo que nunca caberíamos na seleção ameaçadora de qualquer livro sagrado, escrito por iguais — os sedentos de verbos sobre catástrofes marinhas, ignorantes de si.

A dor do mundo começou com um caminhante sobre a água que voltou para a terra, filha pródiga arrependida. Abençoada é, chuva que de meus olhos é apenas uma brevíssima paisagem inundada.

Deitarei sob mantas lavadas com o suor de teu rosto de montanhas virgens e te esquecerei quando o sol sedento secar nossos escombros de lágrimas sobre desastres, chorados no brinde das madrugadas.

Chuva, quando vem, mergulho. E me enxugo. Não me julgue, já que também sabe ser lembrança hostil para lisérgico poemário. Olho-te pela janela, e me devolve a contemplação. Somos da mesma matéria, labor e injúria de pingos nas argamassas. Amor noturno e líquido no embarcadouro do amanhecer volátil. Raramente nos tocamos sem as palavras. Escoadouros. Fluxos e refluxos de uma era de aquários digitais.

Não consigo terminar a tua descrição, maldita chuva. Tão simbolista que não consigo dizer-te adeus. O sono te vencerá. Nos sonhos, tua precipitação é erudição orgânica para pinturas nostálgicas. E não sei desenhar.

Descrevo-te aqui, chuva de adjetivos-meteoros no rascunho da ressaca. Nós, em mesmas linhas, nós que pecamos sempre pelo excesso de uma desambiguação.

Seremos salvas, irmã neônica, monja de pranto nefelibata.


 

Polaris


No espaço cambiante do discurso: o cisne celenterado. Já o contei, com os cinco dedos da mão em transe, na película de um falatório agalmático. Poderia revelar que se trata do urso polar, que sem o fomento de sua massa calórica adequada, pousa as patas selvagens, ora ensanguentadas, agora vazias, no antro da neve que já lhe foi irmã, mãe e amante. Agora, embrutecida pelo vazio do urso, seu esvaziamento, o suga com o escoadouro dos maxilares glaciais, como um pai castrador. É terrível o canto, lembra o leite de hóstia na orgia das catedrais, a fome dos homens vagando pelas estacas de sombra dos candelabros. A mirra, a cruz e o corpo despedaçado dos santos, voando sobre as cabeças esfomeadas: corpúsculos congelados. O cisne celenterado pousa sobre o berço dos sarcófagos brancos, filhote de pantagruel acuado pela digestão defeituosa, e louva a deus, o deus abominável, de máscara opalina. Assim é o gelo: rei divino na auréola de planetas. Pelo telescópio simula uma coroa imperial.

A neve o canta, polar, com sua boca de caninos translúcidos. No nirvana branco ofuscante, o transmuta em mais neve, neve, neve. Resta na paisagem a pantera-nebulosa-de-bornéu. O urso sucumbe a sua própria cor. Por dentro é escuro, com sua carapaça isolante. Mas a neve não distingue a noite das gargantas. Sua fome parece impiedosa, como todas as coisas que gritam sua claridade, aos quatro ventos. Há sempre uma fome maior. A insaciedade dos homens não é nada quando comparada ao eterno retorno das substâncias. Poderia o homem, ajoelhar-se a terra, perdoando-se a si, pela incapacidade em nutrir-se, aceitando que na sua hora derradeira deveria alimentar aquela que o nutriu? O cisne celenterado assim o faz.


 

Polaroide de Pavônia


Ouvia o barulho rítmico do martelo na vizinhança. Raramente considerava a sinfonia um incômodo sonoro. Insuportável era a cor, vermelha, no cerne da cabeça. A perdição de eustáquio, o ofício do ourives de olhos-de-vidro, o tsé-tsé no âmbar, a perna circense de gepetto. Enlouquecia, um retorno ao estado embrionário. A íris lamacenta, com fisgas douradas quando o escarro do sol resfriava os vitrais, tornava-se leitosa. Seres marinhos no nado extra-físico. A ópera fotovoltaica vociferava pelo sangue morno. Quebrava xícaras, para que o azul estridente da porcelana nublasse de víscera celeste suas glândulas alucinógenas. Para acordar sem cores na escuridão dos ícones barulhentos. Somente ideias de flores pelas fronhas inodoras. Um circo elétrico com projetor que não viesse da bile do criador amputado. Suas criações orgânicas vinham do caos incolor. E era uma cidadela de bigornas com pulso de flamingo. Um mapa de insetos espetados, miríades de notas rarefeitas, que nunca abandonam as casas e as cascas dos homens. As patas eram silenciosas na confusão do éden. Hieronymus rastejava além da fenda do inverno, com pregos de pólen. O ferro, acima e abaixo dos pés, do asteroide ao berço de magma. Pelos dentes de maypole carbonizado, a primavera das ágatas. Vulcânica. Com o tímpano dos ossos desarmados. O bote de um nataraja. Era preciso ouvir a fusão da areia e dos carbonetos para pregar o idioma do fértil escaravelho.


 

Proa


Sinto-me branco no mar. Sem palidez. Lua e neblina. O diafragma da gama constelação. Disseram que era meu pai, este corpo de ondas descontentes (aqui dentro). Procuro o sistema restaurador dos impactos no solo lunar do corpo paterno, suas facadas de ampulhetas. Os sulcos profundos na face dele, enquanto me reproduzia. Ele era minha índole marsupial e me dizia selo semiótico projetado de si, mesmo quando tonto me engolia no retorno de suas rasuras submersas. Tenho seu gosto metálico na memória dos primeiros dias. Gênesis, mas tão fácil de tocar, com suas rosas de vento salgado (tão sangue de ostra esta gema de egrégoras). Nem os corais de sua palavra me fizeram naufragar nesta solidão plena de seres, que em minha tempestade se assombram. Ando pelo dorso ancestral daquele carinho de algas. Pluma e síndrome. Estamos randomizados e sigilando a infertilidade de nossas caminhadas secas. Filho, eu ouço ao longe quando me sonda pelo plâncton. Não me sei marinheiro de teus faróis. Dor de nervo ótico. Sinto muito, meu pai, minha mácula. Tenho um navio dentro da vértebra e desejos prateados. Deixa-me ir oráculo. Teu reflexo insalubre me nocauteia.

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